No início do mês de Junho, em uma madrugada de segunda-feira (2/06/2025), Luanda acordou com a dolorosa notícia, um incêndio de grandes proporções no Condomínio Rosalinda, que infelizmente vitimou um casal e deixou marcas profundas na comunidade. Situações como esta expõem a fragilidade da vida e a urgência de se pensar em mecanismos de proteção mais eficazes diante de imprevistos.
Embora não possamos evitar todos os riscos, podemos sim nos preparar melhor para enfrentá-los, e é aqui que o seguro se revela essencial.
O que é o Seguro Multirriscos (MR) – versão Condomínio?
É um produto abrangente que protege o imóvel e, em muitos casos, os seus conteúdos (mobiliário, produtos em stock e em exposição, eletrodomésticos, bens pessoais), bem como ocupantes, contra diversos riscos como:
- Incêndio, raio e explosão;
- Danos por água;
- Roubo ou tentativa de roubo;
- Responsabilidade civil por danos a terceiros;
E outros eventos adversos.
Dependendo da cobertura contratada, este seguro pode:
- Financiar a reconstrução ou reparação do imóvel;
- Repor bens perdidos ou danificados;
- Oferecer alojamento temporário;
- Proteger viaturas em garagem
- Pagar indemnizações por morte ou invalidez em caso de sinistro.
Mais do que proteção patrimonial, trata-se de garantir continuidade, dignidade, segurança emocional e financeira após uma perda.
È de salientar que em alguns países o seguro de incêndio é já obrigatório para propriedade horizontal sendo a responsabilidade da sua contratação das empresas gestoras de condomínios.
No Caso do Condomínio Rosalinda
Numa situação como a vivida no condomínio Rosalinda, o seguro multirriscos habitação poderia ter assegurado:
- Uma indemnização à família das vítimas;
- Apoio imediato para realojamento de vizinhos afetados;
- A reposição dos bens destruídos;
- E o suporte técnico e financeiro para reconstrução das frações danificadas.
Infelizmente, sem esse tipo de cobertura, muitas famílias enfrentam a dor da perda acompanhada pela incerteza económica e a dificuldade de recomeçar.
Angola e o Desafio da Prevenção
A realidade em Angola mostra uma baixa adesão ao seguro Multirriscos, principalmente fora dos grandes centros urbanos. Ainda é comum ouvir que “seguro é caro” ou que “não vale a pena porque nunca acontece nada”. Contudo, como vimos, quando acontece, pode ser devastador.
É urgente fomentar a literacia de seguros, mostrar que há soluções acessíveis e adaptadas à realidade angolana, que o seguro não é um luxo, mas uma medida básica de proteção e responsabilidade familiar.
A Nossa Responsabilidade Colectiva
Como profissional do sector, sinto que temos um papel fundamental na construção de uma cultura de prevenção: informar, educar e descomplicar. O Seguro MR deve fazer parte da conversa em escolas, igrejas, condomínios e empresas. Precisamos mostrar que este produto não é apenas sobre património, mas sobre vidas e futuros protegidos.
Conclusão
Que a dor causada por esta tragédia em Luanda nos faça repensar prioridades. Que mais famílias e empresários descubram no seguro uma ferramenta de tranquilidade e segurança. Porque proteger o lar é, antes de tudo, um ato de amor e responsabilidade.